domingo, 15 de novembro de 2015

Eu espero



Eu, espero o por-do-sol

Não sei o que me traz o futuro, estou inquieto, inseguro e receoso.
Sim, admito que sinto receio, por mim, pelos que amo e me amam.
Sinto dor, tristeza em mim, já vivi, mais do que eu próprio pensava, tive a oportunidade de ter uma adolescência fabulosa, uma vida de adulto, compensatória, amigos reais e família que me ama e cuida, tive a oportunidade de voltar a viver uma espécie de adolescência, descobrir novas amizades, aprender muitíssimas coisas e sentir o que é estar vivo e cheio de energia novamente.

 Acredito que a vida me brindou uma segunda chance, aproveitei e disfrutei das pessoas e das emoções.















Não desistirei, mesmo que tenha de abdicar de muitas coisas, que a dor não me abandone, aproveitarei todas as tréguas, para seguir até onde puder.

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Ainda que seja difícil o caminho, continuarei a ir ver o mar, se acaso não puder, terei a memória para o ver e sentir.










Quero esperar o por do sol, tranquilo, junto ao Mar, a sentir o que sou.
Sou assim, feito de água e sal.
Quando o meu sol se puser, voarei, livre.



Paulo Marrachinho

Hoje


Hoje

Hoje acordei e senti frio, tu não estavas,  sentei me na beira da cama e tremia enquanto sentia as lágrimas caírem deslizando pela cara até ao queixo.
Senti medo enquanto vestia o roupão, fino mas suficiente para me aconchegar enquanto procurava os chinelos que teimo em mandar sempre para debaixo da cama.
Depois de umas quantas tentativas consegui agarrar os dois e pude então calçar-me, sem deixar de pensar em ti, sai do quarto e deambulei  pela casa, mesmo sabendo que não te encontraria.
Tenho medo.
Não quero estar só, não posso estar só, perco o norte,o sul e qualquer ponto de orientação que me mantenha em algum rumo certo.

Preciso de regressar, que me abraces e sorrias de vez em quando.
Preciso de voltar a casa, deixar de ter medo e sentir o teu amor, 

Preciso de sentir o calor, suficiente para esperar que o sol se ponha, junto ao mar.

          

14 Junho 2014





Hoje foi o dia de celebrar o meu aniversário,  quarenta e seis, precisamente.
Não sou de grandes festas nestas coisas, talvez porque preferia cumprir os anos sem que se me notasse o passo do tempo fisicamente. Não me posso queixar muito, nesta idade nem se é novo nem velho, no entanto cada mazela fica mais difícil de superar.
Sim, hoje estou assim, queixinhas. Sempre fui, mas agora  mais.
Para não me queixar tanto, fui muito bem tratado hoje...sou todos os dias ....mas existe um olhar e um sorriso sempre em minha vida que por vezes se torna ainda mais especial e me enche o coração daquele não sei quê por definir que me faz querer seguir por este passeio fugaz que é a vida.
Amo, sem dúvidas, sem receios.
Vivo com incertezas sociais, como todo ser humano, que raramente está seguro.
Dia de decidir fazer algo mais, na verdade tornar realidade um objetivo antigo.
Decidi voltar à vida, estudar e fazer a licenciatura de marketing.
Talvez consiga, talvez não, mas farei o possível.

Aprender



APRENDER


Passou o tempo e não me dei conta que perdi oportunidades irrepetiveis.
Terá sido melhor assim, talvez, foi um tempo em que poderia ter aprendido mais , deveria ter estado mais centrado no que era o objetivo principal, os resultados finais dos semestres.
Deveria, sim, mas não foi assim, na realidade passei o tempo a viver o que sei que não se repetirá, para mim já parecia tarde, no entanto achei que a idade não me impediria de tentar. Na verdade, olho agora desde aqui, deste dia, para trás e não sinto arrependimento verdadeiro, vivi a entrada no ensino superior aos quarenta e seis anos com praxe incluída por vontade própria, embora tivesse algum percalce no entender de tal práctica, na fase inicial, talvez fosse a forma de me expressar, as maneiras de pensar dos mais novos, ao fim de contas e contas feitas, mais de vinte anos me separam dos restantes elementos da Academia, que assim aprendi a chamar à comunidade académica que exerce a práctica da praxe aos novos membros, sem que tal seja garantia de que o venham realmente a ser.


Aos que conseguem chegar a ser, parabens, foi o esforço individual que fez com que pertencessem a essa grande familia de amigos.

Eu consegui.
Aprendi muito sobre mim mesmo.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Amizades

De vez em quando encontramos uma pessoa pela qual sentimos amizade.
Então damos conta que estamos ai para essa pessoa, para ouvir possivelmente  para tentar apoiar nas suas decisões, ainda que saibamos que por dar esse apoio, possivelmente, deixaremos de ter a presença dessa amizade.

Conheci uma dessas pessoas, está a crescer, a ser ela própria, a tomar decisões que umas vezes vão ser erradas e outras acertadas, apoiei desde o início, seguirei estando aqui, para ouvir, para lhe dar força.

Sinto que vai ser feliz sendo por fim ela mesma.

Um dia que não parecia de despedida, ajudamos alguém e percebi que depois, seria a vez de ajudar se a si própria.

Sem nomes, sem mais apontamentos,
Fica uma foto que não público aqui.

Segue e vai à luta.
Tu consegues. Atrévete com todo o horizonte, não espreites apenas, vê.

Paulo Soares