sábado, 22 de fevereiro de 2014

Escolhas

Por vezes fazemos escolhas.que não queremos fazer realmente mas que a vida nos obriga. Por vezes acontece. Hoje é uma dessas vezes, assisto sem poder fazer nada, como uma dessas pessoas que se cruzam na minha vida tem de escolher, vender o que conseguiu com muito esforço para poder fazer face as suas despesas diarias, por culpa de algo que nunca entenderemos na totalidade. A crise económica, que se instalou socialmente e não abranda,para que meia dúzia, que dizem ser senhores, encherem os bolsos enquanto outros lutam para viver diariamente.
Na verdade entendo mas recuso aceitar a realidade que nos querem impor. Recuso o voltar atrás no tempo, recuso viver em 1927 porque nasci em 1968. Recuso a cegueira que se impõe aos nossos filhos e netos, recuso a falta de caráter de um ensino de entretenimento que apenas vai gerar um povo falsamente culto mas facilmente manobrável.
Entristece a realidade a falta de cores e sorrisos nas caras, magoa ver como as pessoas vivem com o mínimo possível e ainda assim vendem esse mínimo.

Passei em Lisboa, num edifício que foi remodelado não faz muito tempo, primeiro achei que era bom, dar um uso a instalações existentes e que estavam degradadas, ao parecer continua a ser uma escola embora especifica.
Mas entristeci e senti um não sei quê de revolta dentro de mim, ao verificar que se limpou e manteve e brilha como topo de um edifício semelhante obra, apologista da consolidação do Estado-Novo ( Ditadura, isso sim), após a revolta de Fevereiro de 1927.
Assistimos ao renascer da miséria, do despotismo e possivelmente de uma era que nos querem impor de Ordem-Trabalho, porque sim, porque querem, mas sem ganhos, sem direitos, porque não somos cidadãos merecedores de tal.
 Resta o consolo de que a história quando se repete, traz períodos maus e depois outros menos maus.

 Para quando um período de tempo BOM?

Paulo Soares

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