De pé ,olhando a agua,
senti de repente uma vontade incontrolável,
avancei sem pensar e meti me agua dentro.
Perfeita a temperatura, limpa e acolhedora
assim senti eu a agua que me envolvia á medida que avançava.
Sem pensar, apenas escutava, o mar, as ondas a rebentar
saudades que se misturam em mim, de outros lugares
e a voz harmoniosa que não parava de chamar
cantando por vezes, encantando me o pensar.
Lancei me então, no mar, mergulhando, rompendo as aguas
para que ninguém me visse chorar, por saber
que não estás, que é ilusão o que oiço
que por mais que mergulhe não te irei encontrar
e desisto, rendido, saio da água, molhado
para que não me vejam chorar,
Olho, uma vez mais, o mar, que tanto te gostava
e vejo o romper das ondas
e sei que terei sempre saudades de outros tempos, em outros lugares
que não mais te ouvirei cantar
Recordo tua cara, teu falar
teus passeios na beira-mar
como me sorrias com um olhar
como me ensinaste a pensar
tenho saudades Mãe
do teu mar, de outros tempos, em outro lugar.Paulo Marrachinho
Sem comentários:
Enviar um comentário